Palestra que marcou a abertura do I período dos Programas de Pós-Graduação foi ministrada pelo Professor MSc. Carlos Alberto Pereira de Oliveira, Mestre em Educação pela UFRJ
A transformação das Instituições de Ensino Superior (IESs) em universidades digitais com o uso intensivo de mediação tecnológica nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, promovendo a educação móvel, e enfrentando os desafios para atingir as metas propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 (ODS 4.3), foi o tema central da Aula Magna do I período dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A palestra foi ministrada pelo Professor MSc. Carlos Alberto Pereira de Oliveira, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na tarde de ontem, no auditório Rio Amazonas, localizado na Faculdade de Estudos Sociais (FES).
Com o título "As Universidades Digitais e o ODS 4.3: a mediação tecnológica e a integridade da produção acadêmica", a aula magna abordou a importância do uso da tecnologia, de recursos educacionais abertos e da educação à distância para assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade e para "diminuir a lacuna entre o que é ensinado em instituições de educação terciária, incluindo universidades, e o que economias e sociedades demandam". Com foco nos PPGs da Ufam, Oliveira ressaltou a importância da integração entre pesquisa e sociedade.
"Isso sem esquecer de pensar nos vínculos do ODS 4.3 com a universidade até 2030, de forma a definir quais as metas para esse período e aliar o conhecimento produzido com a realidade local", ressalta Oliveira, destacando que esta foi a primeira vez que a Unesco propôs uma série de discussões que pressupõem um tipo de educação superior que já não é mais uma mera repetição de conhecimentos que não refletem a necessidade regional. "E isso, para uma universidade como a Ufam, com tanto compromisso com a região amazônica, é estratégico porque a ODS 4.3 reconhece a importância de uma universidade voltada para atender às suas especificidades regionais: ribeirinhos, indígenas, centro urbano, mas também voltada para uma vocação de desenvolvimento tecnológico com a Zona Franca", explicou.
O desafio, aponta o professor, é ampliar fundamentalmente o acesso à educação superior e implantar o que ele chama de "life long education", que é o conceito de educação para a vida inteira. E, para isso, a mediação tecnológica é estratégica. No entanto, para isso é preciso superar desafios que vão da capacitação do profissional que vai trabalhar com essa mediação tecnológica a questões estruturais dos campi. "A educação móvel é estratégica para ampliar o acesso à educação, sobretudo em regiões como a amazônica, mas antes é preciso traçar objetivos e conhecer a realidade interna das instituições. Antes de levá-la para a comunidade, precisamos conhecer quem somos", afirmou.
Evento
A Aula Magna do Professor MSc. Carlos Alberto Pereira de Oliveira foi precedida de uma solenidade de homenagem aos discentes e docentes dos PPGs da Ufam que mais se destacaram no ano de 2016. Após indicação das coordenações dos programas, uma comissão escolheu dez discentes e dez docentes que tiveram publicações mais relevantes ao longo do ano. Os certificados foram entregues pela reitora da Ufam, Márcia Perales, que destacou a importância de estratégias que levaram os cursos de pós-graduação para o interior do Amazonas, como o Doutorado Intrainstitucional, no crescimento dos programas. "Esse foi um passo muito importante na qualificação da pesquisa e na aproximação com a sociedade", afirmou.
Quem também destacou o crescimento dos PPGs da Ufam foi o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Ufam, Gilson Monteiro, que revelou que, em 2016, os programas receberam 2.090 alunos de mestrado e 912 de doutorado, com mais de 107 artigos publicados em jornais e revistas, centenas publicados em periódicos e mais de mil em anais de eventos.
"Esses números refletem o crescimento dos Programas de Pós-Graduação da Ufam. A universidade só vai atingir sua meta quando a ciência que ela produz responder as perguntas da sociedade. Publicar para a ciência é prestar contas do dinheiro público que é investido aqui", disse.