Cenário dos cursos de pós-graduação da Amazônia é tema de mesa redonda no Intercom Norte

 

Coordenadores dos programas de pós-graduação em Comunicação pioneiros na Amazônia apostam na integração entre as universidades como forma de fortalecer a presença delas na região amazônica e no resto do Brasil e do mundo 

 

Avanços e desafios da pós-graduação na Amazônia. Este foi tema o debate da mesa redonda que deu início ao segundo dia do Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte (Intercom Norte 2017) na Faculdade Boas Novas, em Manaus. Participaram da mesa os coordenadores dos três cursos pioneiros na pós-graduação em Comunicação na Amazônia: professora Dra. Maria Emília Abbud, do Programa de Pós Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); professora Dra. Elaide Martins do PPGCOM da Universidade Federal do Pará (UFPA); e os professores doutores Veronica Meneses e Gilson Porto Junior, da Universidade Federal de Tocantins (UFT). 

 

Na ocasião, os coordenadores apresentaram uma breve história da trajetória dos programas e ressaltaram o atraso na implementação de cursos de pós-graduação na Amazônia. “O primeiro curso de pós-graduação em Comunicação do Brasil foi implantado em 1970, mas, na Região Norte, o primeiro chegou em 2008”, ressaltou professora Elaide Martins, da UFPA. O pioneiro é o PPGCCOM da Ufam. Dois anos depois em 2010, a UFPA conseguiu implantar o programa de Comunicação e, seis anos mais tarde, a UFT implantou seu programa de pós-graduação em Comunicação. 

 

Para Elaide, uma das dificuldades que a pós-graduação enfrenta diante do cenário geográfico da Amazônia é o difícil acesso para participação dos alunos em congressos e eventos nas demais cidades brasileiras. “É um desafio a mais”, pontuou.

 

Interdisciplinaridade

 

Os programas trabalham com a ideia de comunicação interdisciplinar, que envolve outras áreas e níveis de formação. Administração, fisioterapia, direito, design gráfico são algumas das áreas já conectadas ao curso de Comunicação na Ufam, aponta Maria Emília Abbud, coordenadora do PPGCCOM da Ufam, para quem o maior desafio do programa é buscar harmonizar o tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão. “Precisamos estabelecer metas para fortalecer todos os programas, e não apenas um ou outro, de forma específica”, apontou. 

 

Além de conectar a pós-graduação dentro das universidades, é preciso amplificar o diálogo com os cursos do Norte para reforçar a identidade da Amazônia, afirma o professor Gilson Porto Júnior da UFT. “Nossa meta com o programa é também desenvolver e integrar a região”, comentou. 

 

Parcerias com universidades da Amazônia com programas já consagrados, como o da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) estão sendo estabelecidas com o intuito de integrar Amazônia às demais regiões do Brasil. “É preciso assumir que o cenário é desafiador e que precisamos de parcerias para nos fortalecer”, afirmou a coordenadora do PPGCCOM da Ufam, Maria Emília Abbud.