Aproximação pode ser o caminho para o fortalecimento dos grupos de pesquisa na Amazônia

 

A proposta foi discutida por representantes e coordenadores de grupos de pesquisa mantidos por universidades de estados da região Amazônica, em mesa redonda promovida no segundo dia do Intercom Norte 2017

 

Firmar novas parcerias como forma de aproximação foi uma das possibilidades apresentadas para integrar os cursos de pós-graduação em Comunicação das universidades da região amazônica, durante o Encontro de Grupos de Pesquisa, que reuniu pesquisadores e professores de instituições do Amazonas, Pará, Tocantins, Roraima e Rondônia, no segundo dia do Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte (Intercom Norte 2017), na Faculdade Boas Novas, em Manaus.

 

Durante o encontro, os representantes dos programas destacaram avanços, conquistas e também os desafios para a implementação e fortalecimento dos mesmos. Coordenador do Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Comunicação (Labicon) da Ufam, o prof. Dr. Jonas Gomes Júnior destacou a importância das parcerias firmadas com instituições do Pará, Tocantins, Roraima, Rondônia e também do Amazonas para os 12 projetos em andamento no âmbito da iniciação científica e do mestrado. “Conseguimos trabalhar teoria e prática, mas as parcerias são fundamentais”, pontuou.

 

Para a coordenadora do Grupo de Pesquisa Mediação, prof. Dra. Mirna Feitoza, a integração é fundamental para fortalecer os grupos de pesquisa. Ela, que foi coordenadora do PPGCCOM da Ufam por quatro anos, destacou a relevância das conquistas do programa e das parcerias firmadas com outras instituições para o desenvolvimento, inclusive, dos grupos e projetos de pesquisa, como o Mediação, que possui atualmente sete projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam). “Esses são os números, mas o que nos interessa são as possibilidades de trabalhar em conjunto”, declarou.

 

Coordenador do Trokano – grupo de pesquisa em Comunicação, Cultura e Amazônia, da Ufam, o prof. Dr. Allan Rodrigues apresentou os principais projetos desenvolvidos: Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo na e sobre a Amazônia (Labjam), que analisa as coberturas sobre a prática jornalística na e sobre a região; Pibex Portal da Ciência, uma revista eletrônica publicada desde 2014; e o Ciência na Pauta, mais nova produção, que se trata de um boletim eletrônico criado este ano com o objetivo de popularizar a produção científica da Ufam. Para Rodrigues, o intercâmbio de informações entre os programas pode enriquecer os projetos desenvolvidos em cada instituição.

 

Quem também aposta em um olhar voltado para a integração da Amazônia é a prof. Dra. Netila Silva dos Anjos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que apresentou o grupo de pesquisa sobre História da Mídia na Amazônia. Segundo ela, o grupo surgiu a partir de uma pesquisa sobre a história da mídia no Pará, mas hoje o “olhar” está direcionado para toda a região. “A proposta é essa, estudar a história da mídia na nossa região como um todo”, explicou. 

 

Professor Dr. da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Vilson Santi falou sobre os desafios do Núcleo de Pesquisa em Semiótica da UFRR e ressaltou que eventos como o Intercom são fundamentais para estreitar relações entre os programas da região amazônica. “As iniciativas ainda são muito pontuais, infelizmente, por uma série de questões. Mas discussões como esta são de suma importância para traçarmos uma estratégia de aproximação”, apontou. 

 

O professor doutor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Sandro Colferai, compartilha da mesma opinião de Santi. Para ele, falta colocar em prática os planos e projetos de integração regional. “Temos uma série de possibilidades de aproximação, mas temos pouco espaço para conhecer e discutir essas possibilidades e isso colabora para que não concretizemos o que tanto falamos aqui. É preciso aproveitar essas oportunidades”, alertou. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Representantes da Universidade Federal de Tocantins (UFT), a prof. Dra. Verônica Meneses e o prof. Dr. Gilson Porto Júnior destacaram as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo e Multimídia e pelo Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino (Opaje), que atualmente possuem 19 projetos em andamento. As parcerias, revelaram eles, são fundamentais para a execução dos projetos. O mesmo apontou a prof. Dra. Da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Ataíde Malcher, sobre os projetos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa Interações e Tecnologias na Amazônia. 

 

Por fim, o professor Dr. Renan Albuquerque, do PPGCCOM da Ufam, destacou a importância dos convênios firmados com instituições como Fiocruz, USP e PUC-SP para possibilitar a produção científica, que nos últimos quatro anos somou 15 publicações de artigos científicas em revistas e cinco livros publicados, entre outras conquistas. Para ele, a integração pode ser uma alternativa viável aos grupos de pesquisa, especialmente em tempos de crise e corte de repasses de verba. “O financiamento tem sido bem difícil, mas temos buscado atuar de forma integrada até para dividir os custos”, afirmou.